“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

sábado, 29 de março de 2014

Os Deveres dos Pais - J. C. Ryle - Parte 9


VIII. Treine-os ao hábito da fé.

O que eu quero dizer com isso é que você deve treinar os seus filhos a acreditarem no que você diz. Você deve tentar fazer com que eles confiem nos seus julgamentos, e respeitem as suas opiniões como melhores do que as suas próprias. Você deve acostumá-los a pensarem assim; quando você diz que algo é ruim para eles, eles podem ter certeza de que aquilo é ruim; e quando você diz que algo é bom a eles, eles podem ter certeza de que é bom. Que eles possam confiar no seu conhecimento como sendo, em suma, melhor do que o deles mesmos, e que eles possam crer e se basear sempre na sua palavra. Treine-os a sentir que aquilo que eles ainda não sabem agora, eles provavelmente saberão um dia, e que eles fiquem satisfeitos sabendo que há uma razão e um motivo para tudo o que você requer deles.

Quem pode descrever a bem-aventurança de se possuir um verdadeiro espírito de fé? Ou mais ainda, quem pode falar sobre a miséria que a falta de fé tem trazido ao mundo? A incredulidade fez com que Eva comesse do fruto proibido – ela duvidou da veracidade da palavra de Deus: “certamente morrerás”. A incredulidade fez com que o mundo antigo rejeitasse os avisos de Noé, de modo que pereceu em pecado. A Incredulidade manteve o povo de Israel no deserto – ela foi a grade que lhes barrou a entrada na terra prometida. A incredulidade fez com que os Judeus crucificassem o Senhor da Glória - eles não creram na voz de Moisés e dos profetas, embora eles as lesses todos os dias. E a incredulidade é o pecado predominante no coração humano até agora: a falta de fé nas promessas de Deus; falta de fé nas ameaças de Deus; falta de fé na nossa própria pecaminosidade; falta de fé no perigo que corremos; falta de fé em tudo o que vai de encontro ao orgulho e ao mundanismo dos nossos próprios corações. Leitor, você estará treinando os seus filhos sem propósito algum se você não os treinar a um hábito de fé implícita: fé na palavra dos seus pais e confiança de que o que os seus pais dizem deve estar correto.

Eu tenho ouvido alguns dizerem que você não deve requerer das crianças algo que eles não conseguem compreender, que você deve explicar e dar uma razão a tudo o que você quiser que elas façam. Eu os admoesto solenemente contra esta noção. Eu lhes digo claramente: este princípio é mau e não é sadio. É claro que seria um absurdo você deixar como mistério tudo o que você faz, e há muitas coisas que devem sim ser explicadas às crianças, de modo que elas possam entender aquilo que é razoável e sábio. Mas criá-las com a noção de que elas não precisam confiar em nada e de que elas, com os seus entendimentos fracos e imperfeitos, devem ser esclarecidas sobre o “porque” e o “portanto” de todas as coisas, a cada passo que tomarem, este é realmente um temeroso erro, e bem provavelmente terá o pior dos efeitos em suas mentes.

Argumente com o seu filho se você estiver disposto a fazê-lo, em certos momentos, mas não esqueça de manter na mente do seu filho (se você de fato o ama) que ele é apenas uma criança no final das contas: ele pensa como uma criança, ele age como uma criança, e portanto ele não deve esperar conhecer o motivo de todas as coisas de uma só vez.

Coloque diante dele o exemplo de Isaque, no dia em que Abraão o levou para ser oferecido no Monte Moriá (Gen. 22). Ele perguntou ao seu pai aquela única questão: “onde está o cordeiro para o sacrifício?”, e ele recebeu apenas a simples resposta: “Deus proverá a Si mesmo um cordeiro”. Como, ou onde, ou quando, ou de que maneira: nada disso foi dito a Isaque, mas aquela resposta foi suficiente. Ele creu que tudo ficaria bem porque o seu pai assim lhe dissera, e ele se contentou.

Diga aos seus filhos, também, que todos nós devemos ir aprendendo aos poucos; que há um alfabeto a ser memorizado em cada tipo de conhecimento – que até mesmo o melhor cavalo do mundo teve de ser domado um dia – e que chegará o dia em que eles enxergarão a sabedoria de todo o seu treinamento. Mas enquanto isso, se você disser que algo é correto, isso deve ser suficiente para eles; eles devem crer em você e se contentar com isso.

Pais, se qualquer ponto sobre o treinamento dos seus filhos deve ser considerado importante, tenha certeza de que este é um deles. Eu os admoesto, em nome da afeição que você tem para com os seus filhos: use todos os meios possíveis para treiná-los ao hábito da fé.    

segunda-feira, 17 de março de 2014

Os Deveres dos Pais (por J. C. Ryle) - Parte 8


VII. Treine-os ao hábito da diligência e da regularidade no exercício dos meios de graça públicos.

Fale aos seus filhos sobre o dever e o privilégio que temos de ir à casa do Senhor e de nos unirmos às orações da congregação. Diga a eles que onde quer que o povo do Senhor se reúne, ali está presente o próprio Senhor Jesus de uma maneira especial, e que aqueles que se ausentam desse lugar devem esperar, como aconteceu com o Apóstolo Thomas, perder uma grande bênção. Conte a eles sobre a importância de ouvir a Palavra de Deus pregada, já que ela é a ordenança divina para a conversão, santificação e edificação das almas dos homens. Fale a eles como o Apóstolo Paulo nos admoesta a que “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” (Heb. 10:25).
Eu considero uma cena muito triste na igreja quando ninguém se dispõe a participar da ceia do Senhor senão as pessoas idosas, enquanto a maioria dos jovens se ausenta dela. Mas eu considero uma cena ainda mais triste quando eu não vejo praticamente criança alguma na igreja, senão aquelas que vieram para a Escola Dominical e são obrigadas a permanecer ali. Que nenhuma desta culpa repouse sobre a sua cabeça. Há muitos meninos e meninas em cada comunidade, além daqueles que vêm à escola, e vocês que são seus pais e amigos devem cuidar para que eles sejam levados à igreja juntamente com vocês.
Não permita que eles cresçam com o hábito de inventar vãs desculpas para não virem à igreja. Faça com que eles compreendam claramente que enquanto estiverem debaixo do seu teto, a regra da casa é que todos aqueles com saúde devem atender a casa do Senhor no dia do Senhor, e que você considera aquele que não guarda o sábado como um assassino da sua própria alma.
Certifique-se também, se assim for possível, de que os seus filhos compareçam à igreja juntamente com você e que sentem ao seu lado enquanto você estiver ali. Ir à igreja é uma coisa, mas se comportar corretamente na igreja é outra coisa bem diferente. E acredite em mim, não há melhor segurança para o bom comportamento dos seus filhos do que mantê-los debaixo dos seus próprios olhos.
A mente das crianças é facilmente desviada e a sua atenção facilmente se perde, e você deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para combater isso. Eu não gosto de ver crianças sozinhas na igreja - elas normalmente se ajuntam com más companhias e aprendem mais mal no dia do Senhor do que no resto da semana. Outra coisa que eu não gosto de ver é um "cantinho de jovens" na igreja. Eles normalmente adquirem hábitos de falta de atenção e de irreverência ali que levarão anos para serem desaprendidos, se é que um dia eles os desaprenderão. O que eu me alegro em ver é uma família inteira sentada juntamente, jovens e velhos, lado a lado - homens, mulheres e crianças, servindo a Deus em família.

Contudo, eu sei que muitos dizem ser inútil requerer que as crianças participem dos meios de graça, já que eles não os podem compreender. Eu os aconselho a nunca darem ouvidos a tal raciocínio. Eu não encontro doutrina alguma que justifique tal raciocínio no Antigo Testamento. Quando Moisés se encontrou perante faraó (Ex. 10: 9), eu vejo que ele diz: "havemos de ir com os nossos jovens, e com nossos velhos, e com os filhos e com as filhas... porque temos de celebrar festa ao Senhor". Quando Josué leu a lei, eu devo observar, "palavra alguma houve de tudo o que Moisés ordenara, que Josué não lesse para toda a congregação de Israel, e para as mulheres, e os meninos, e os estrangeiros que andavam no meio deles". "Três vezes no ano", diz Ex. 34:23, “todo homem [incluindo mulheres e crianças] deve vir perante o Senhor Deus, o Deus de Israel". E quando eu vou ao Novo Testamento, encontro menção de crianças participando em atos religiosos públicos também juntamente com os adultos. Quando o apóstolo Paulo estava deixando os discípulos em Tiro pela última vez, eu o encontro dizendo (Atos 21:5): "passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da cidade; e ajoelhados na praia, oramos".
Samuel, nos dias da sua infância, parece ter ministrado ao Senhor alguma vez antes de realmente vir a conhecê-lO: “Porém Samuel ainda não conhecia o Senhor e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor.” (1 Sam. 3:7). Os próprios Apóstolos não parecem ter compreendido tudo o que o nosso Senhor disse na época em que foi dito: “Seus discípulos a princípio não compreenderam isto: quando porém, Jesus foi glorificado, então, eles se lembraram de que estas cousas estavam escritas a respeito dele” (João 12:16).
Pais, confortem as suas mentes com estes exemplos. Não se desanimem ao ver que os seus filhos ainda não compreendem todo o valor dos meios de graça. Simplesmente treine-os a possuírem o hábito de praticá-los com regularidade. Faça com eles venham a enxergar tais práticas como um dever santo, elevado e solene; e creia em mim, logo chegará o dia quando eles provavelmente lhe bendirão por aquilo que você fez a eles.  

sábado, 8 de março de 2014

Os Deveres dos Pais - J. C. Ryle - Parte 7


VI. Treine-as a possuírem o hábito de orar

A oração é o verdadeiro fôlego de vida da verdadeira religião. É uma das primeiras evidências de que uma pessoa é nascida de novo. Pois como disse o Senhor de Saulo, no dia em que enviou Ananias até ele: “Pois ele está orando.” (Atos 9:11) Ele havia começado a orar e isto já era prova suficiente da obra que o Espírito começou a realizar em seu coração.

A oração era a marca distintiva do povo do Senhor no dia em que começou a haver separação entre eles e o mundo: “daí se começou a invocar o nome do Senhor” (Gên. 4:26).

A oração é a peculiaridade de todos os verdadeiros cristãos agora. Eles oram, pois eles contam a Deus as suas necessidades, os seus sentimentos, os seus desejos, os seus medos, e o fazem com sinceridade. O cristão nominal pode repetir orações, e até mesmo boas orações, mas ele não passa daí.
 
A oração é o ponto de virada na alma do homem. O nosso ministério não terá proveito algum, e todo o nosso labor será em vão até que você seja trazido aos seus joelhos. Até que isso aconteça, não podemos ter esperança alguma em você.
 
A oração é o grande segredo da prosperidade espiritual. Quando há muita comunhão privada com Deus, a sua alma cresce como a grama após a chuva; quando há pouca comunhão, tudo fica estancado e você mal pode manter a sua alma com vida. Mostre-me um cristão crescendo na fé, um cristão seguindo avante, um cristão forte e florescendo na fé, e com toda a certeza, ele será alguém que fala constantemente com o seu Senhor. Ele pede muito, e assim tem muito. Ele conta tudo a Jesus, e por isso ele sempre sabe como agir.
 
A oração é a ferramenta mais poderosa que Deus tem colocado em nossas mãos. Ela é a melhor arma a ser utilizada em qualquer dificuldade, e o remédio mais certo para qualquer problema. Ela é a chave para abrir o tesouro das promessas, e a mão que se estende para receber graça e ajuda no tempo da necessidade. Ela é a trombeta de prata que Deus nos ordena a tocar em toda a nossa necessidade, e ela é o pranto que Ele prometeu sempre atender, assim como uma amorosa mãe atende à voz do seu filho.
 
A oração é o meio mais simples que o homem pode fazer uso para se achegar a Deus. Ela está ao alcance de todos - do doente, do idoso, do enfermo, do paralítico, do cego, do pobre, do homem de pouco entendimento - todos podem orar. De nada lhe adiantará clamar falta de memória, ou falta de conhecimento, ou falta de livros, ou falta de escolaridade nesta questão. Desde que você tenha uma língua para falar do estado da sua alma, você pode e deve orar. As seguintes palavras: "nada tens, porque não o pedistes" (Tia. 4:2), serão uma temerosa condenação para muitos no dia do julgamento.
 
Pais, se vocês amam aos seus filhos, faça tudo que está ao seu poder para treiná-los ao hábito da oração. Mostre a eles como começar a orar. Diga a eles o que dizer. Encoraje-os a perseverar. Lembre-os de que precisam orar, quando eles se tornarem negligentes e descuidados nesta questão. Que não seja culpa sua, em qualquer grau, se eles nunca chamarem pelo nome do Senhor.

Lembre-se, este é o primeiro passo da religião que uma criança é capaz de tomar. Muito antes de ela poder começar a ler, você pode ensiná-la a se ajoelhar ao seu lado e a repetir simples palavras de oração e de louvor que você coloca em sua boca. E como os primeiros passos em qualquer tarefa são sempre os mais importantes, assim também a maneira como os seus filhos oram deve ser um ponto que merece a sua maior atenção.

Poucos parecem entender o quanto depende disso. Você deve ter cuidado para que eles não venham a repetir as suas orações de um modo apressado, descuidado ou irreverente. Você não deve delegar a vigilância quanto a isso a servos ou babás, ou confiar demais que os seus filhos irão orar quando deixados por si próprios. Eu não posso louvar uma mãe que nunca toma para si mesma a supervisão sobre o aspecto mais importante da vida diária de seus filhos. Certamente, se há algum hábito que a sua própria mão e os seus próprios olhos devem ajudar a formar, este hábito é o da oração.

Acredite em mim, se você mesma nunca ouvir os seus filhos orarem, você se encontra em grande culpa. Você é pouco mais sábia do que o pássaro descrito em Jó: “Ele deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó, e se esquece de que algum pé os pode esmagar ou de que podem pisá-los os animais do campo. Trata com dureza os seus filhos, como se não fossem seus; embora seja em vão o seu trabalho, ele está tranquilo...” (Jó 39:14-16).

A oração é, dentre todos os hábitos, aquele do qual nós nos recordamos por mais tempo. Muitos homens, já em suas cãs, poderão lhe contar como a sua mãe costumava fazê-lo orar nos dias da sua infância. Muitas outras coisas talvez tenham se esvaziado da sua memória: a igreja para a qual ele era levado ao culto, o ministro que ele ouviu pregar, os companheiros com os quais costumava brincar – tudo isso talvez possa ter saído da sua memória sem deixar marca alguma. Mas você frequentemente verá que isso não acontece com as suas primeiras orações. Muitas vezes, ele poderá lhe dizer onde se ajoelhava, e o que era ensinado a dizer, e até mesmo como a sua mãe lhe parecia durante todo o tempo. Tais coisas ressurgirão com tanto frescor diante da sua mente como se tivessem ocorrido ontem.

Leitor, se você ama os seus filhos, eu o admoesto, não deixe que o momento de semear o hábito da oração passe sem que você tome proveito dele. Se você treinar os seus filhos a qualquer coisa, treine-os pelo menos ao hábito da oração.

segunda-feira, 3 de março de 2014

O Livro da Queda para Crianças HISTÓRIA 6: A QUEDA


História 6

A QUEDA
 

Certa vez, quando Jesus estava ensinando o povo, ele queria fazer com que aquelas pessoas pensassem como seria tolo alguém ouvir as coisas boas que ele estava ensinando, e então ir embora e fazer exatamente o contrário do que havia ouvido. Ele disse que seria tão tolo como um homem construir a sua casa sobre a areia, sem colocar pedras debaixo, fazendo uma fundação para a casa ficar de pé sobre ela. Quando viesse uma grande tempestade de vento e de chuva, e com as águas da correnteza batendo sobre ela, a casa iria cair, e a queda da casa seria grande.

É nesse sentido que nós dizemos, quando um menino ou menina, um homem ou uma mulher, tem por algum tempo se conduzido bem, e então de repente cede à tentação de vez, e comete um grande pecado, que ele ou ela caiu. Vou então lhe contar sobre a queda de Adão e Eva. Eva, contudo, caiu primeiro, como iremos ver.

Depois de ouvir o que Satanás tinha a dizer, Eva não o reprovou pelo que lhe havia dito, o que mostra que ela estava fazendo algo errado ao dar ouvido a um tentador tão perverso. Ela logo começou a olhar mais atentamente para o fruto proibido. A aparência do fruto a fez pensar que, como os demais frutos do jardim, ele seria "bom para alimento". Logo aquela fruta pareceu-lhe bela e madura, e sua linda cor a tornava "agradável à vista". Ela pensou também no que Satanás lhe havia acabado de falar, e sentiu que o fruto era "desejável para dar sabedoria".

Ah, pobre Eva! Como ela havia se tornado tão tola e pecaminosa! Como ela pôde assim ousar acreditar no que Satanás lhe disse, e duvidar da verdade da ameaça de Deus!

Ela se aproximou da árvore, estendeu a mão, tomou do fruto e o comeu. Após ter ela mesma pecado, assim como todas as pessoas perversas fazem, ela logo tentou Adão a pecar da mesma maneira.

Não demorou até que Adão chegou ali e viu o que Eva tinha feito. A Bíblia não nos diz como ele se sentiu, nem o que ele falou; e nem nos fala o que Eva falou para ele.

Contudo, como Satanás a tentou, assim também ela tentou a Adão. Ela lhe deu um pouco do fruto, e ele também comeu dele.

Foi assim que eles caíram. Eles caíram do estado no qual estavam - em que viviam  bons e alegres, obedientes a Deus e aproveitando da Sua amizade e amor - para um estado triste de pecado, para viverem em desobediência a Deus e para começarem a sofrer aquela punição que Ele havia ameaçado, se eles viessem a quebrar o seu mandamento.

Isso foi a queda, e ela trouxe doença, dor, tristeza e morte a esse mundo. Também trouxe o pecado, o pior de todos os males. Os filhos de Adão e Eva foram  pecadores. E os seus filhos foram pecadores, e assim por diante até agora. Todos, todos têm pecado - você e eu, e todo o mundo (Romanos 3:10-18,23). Nós temos pecado como Adão e Eva fizeram. Pois você não lembra, querida criança, como você tem sempre tido pensamentos e sentimentos maus, e como você tem dito e feito coisas que você sabia desde o início que elas eram pecaminosas - assim como Eva sabia que era pecaminoso para ela desejar comer do fruto proibido, e tirá-lo da árvore, e comê-lo.

Talvez você tenha ficado impressionado, quando você leu a história de Adão e Eva, de que eles não estivessem contentes com todos aqueles frutos deliciosos com que as árvores estavam carregadas, mas foram ouvir o que um tentador perverso e enganoso disse, e só por causa do fruto de mais uma árvore, se expuseram ao desfavor terrível de Deus.

Você não fica espantado de que, mesmo com tudo o que Deus fez para fazê-los bons e felizes, eles puderam esquecer disso tudo, e desacreditar o que Ele falou, e desobedecer alguém que tinha sido tão cheio de bondade para com eles!

Ah, minha criança, fique sabendo que todo pecado é exatamente o mesmo tipo de tolice, de incredulidade, e de ingratidão.

Deus não tem sido muito bondoso para com você? - Ele não tem feito muita coisa para torná-lo bom e feliz? Ele não tem lhe dado tudo o que você precisa, e tudo o que é o melhor para você? Se você amar e obedecer a Deus, e aqueles que Ele colocou sobre você para tomarem conta de você, você não vai ter o maior tipo de felicidade que você pode ter nesse mundo?

Por que, então, você deseja tão frequentemente alcançar e tomar algum fruto proibido? Algo que você sabe que os seus pais ou professores lhe proibiram, ou que Deus mesmo proibiu você de ter ou de fazer?

Ah! Enquanto você está assustado com o pecado e a tristeza de Adão e Eva, fique assustado com a sua própria tolice e perversidade! Veja como você é exatamente como eles! Fique triste por ter cometido o mesmo tipo de pecado que eles cometeram. Não se sinta orgulhoso e cheio de si, dizendo que se você estivesse no lugar deles no Éden, você não iria ter agido como eles agiram.

Você agiu como eles agiram. Você é culpado como eles foram. Você está exposto àquele terrível castigo com que Deus os ameaçou, se eles o desobedecessem. Você merece a punição, e deve aguentá-la totalmente, tanto nesse mundo como no mundo futuro, a não ser que você vá a Deus - arrependido, humilde, quebrantado por causa do seu pecado - implorando a Ele, porque Cristo morreu por pecadores, para que Ele lhe perdoe - confiando nesse Salvador - e orando que Deus lhe guie, pelo Seu Espírito, a ser como Cristo.

Você tem sido como Adão; você não vai agora desejar, e lutar, e orar para ser como Cristo?
 
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