“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

terça-feira, 28 de abril de 2015

AS RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS - PARTE III

AS RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS
Parte III - Resoluções 22-38

Se você ainda não leu a primeira e segunda parte desta série, por favor clique aqui para conhecer um pouco mais sobre a vida deste grande servo de Deus e as circunstâncias em que estas preciosas Resoluções foram escritas.


22. Resolvi esforçar-me para obter para mim mesmo todo bem possível do mundo vindouro, tudo quanto me seja possível alcançar de lá, com todo o meu vigor em Deus – poder, vigor, veemência, violência interior, tudo quanto me seja possível aplicar e admoestar, de qualquer maneira que me seja possível pensar e aperceber-me.

23. Resolvi tomar ação deliberada e imediata sempre que me aperceber que esta possa ser tomada para a glória de Deus e que possa devolver a Deus a Sua intenção original sobre nós, o Seu desígnio inicial e a Sua finalidade. Caso eu descubra, também, que algo em nada servirá à glória de Deus exclusivamente, repudiarei tal coisa e a terei como uma evidente quebra da quarta resolução.

24. Resolvi que sempre que eu cair em uma ação de concupiscência e maldade, voltar e traçar esta ação à sua origem em mim. Depois, encetar por uma via cuidadosa e precisa de nunca mais tornar a fazer o mesmo e de orar e lutar de joelhos e com todas as minhas forças contra as origens de tais ocorrências.

25. Resolvi examinar sempre, de forma cuidadosa, constante e precisa, qual a coisa em mim que causa a mínima dúvida sobre o verdadeiro amor de Deus para direcionar todas as minhas fortalezas contra tal origem.

26. Resolvi abater tais coisas, à medida que as veja abatendo minha segurança.

27. Resolvi nunca omitir nada de livre vontade, a menos que essa omissão traga glória a Deus; irei, então, e com frequência, examinar todas as minhas omissões.

28. Resolvi estudar as Escrituras de modo tão firme, preciso, constante e frequente que me seja tornado possível e que me aperceba em mim mesmo estar crescendo no conhecimento real das mesmas.

29. Resolvi nunca ter como uma oração ou petição, nem permitir que passe por oração algo que seja feito de tal maneira, ou sob tais circunstâncias, que me possam privar de esperar que Deus me atenda. Também não aceitarei como confissão algo que Deus não possa aceitar como tal.

30. Resolvi extenuar-me e esforçar-me ao máximo de minha capacidade real para, a cada semana, ser levado a um patamar mais real do meu exercício religioso, um patamar mais elevado de graça e aceitação em Deus, do que tive na semana anterior.

31. Resolvi nunca dizer nada que seja contra alguém, exceto quando tal coisa se ache de pleno acordo com a mais elevada honorabilidade evangélica e amor de Deus para com a sua humanidade, também de pleno acordo com o grau mais elevado de humildade e sensibilidade sobre meus próprios erros e falhas, e de pleno acordo àquela regra de ouro celestial; e, sempre que disser qualquer coisa contra alguém, colocar isso mesmo mediante a luz desta resolução, com convicção.

32. Resolvi que serei estrita e firmemente fiel à minha confiança, de forma que o provérbio 20:6 “Mas, o homem fiel, quem o achará?” não se torne apenas parcialmente verdadeiro a meu respeito.

33. Resolvi fazer tudo que estiver ao meu alcance para tornar a paz acessível, possível de se manter e estabelecer, sempre que tal coisa não interfira com ou infrinja outros valores maiores e de aspectos mais relevantes. (26 de Dezembro de 1722) 

34. Resolvi nada falar que não seja inquestionavelmente verídico e realmente verdadeiro em mim.

35. Resolvi que, sempre que me puser a questionar se cumpri todo o meu dever, de tal forma que minha serenidade e paz de espírito sejam ligeiramente perturbadas através de tal procedimento, colocá-lo diante de Deus e depois verificar como tal problema foi resolvido. (18 de Dezembro 1722) 

36. Resolvi nunca dizer nada de mal sobre ninguém que seja, a menos que algum bem particular me obrigue a fazê-lo. (19 de Dezembro de 1722) 

37. Resolvi inquirir todas as noites, ao deitar-me, onde e em quais circunstâncias fui negligente, que atos cometi e onde pude negar a mim mesmo. Também farei o mesmo no fim de cada ano, mês e semana. (22 e 26 de Dezembro de 1722) 

38. Resolvi nunca mais dizer nada, nem falar sobre algo que seja ridículo, esportivo ou questão de zombaria no dia do Senhor. (Noite de Sábado, 23 de Dezembro de 1722) 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

PROPOSTA PARA A REFORMA CURRICULAR DE ESCOLAS CRISTÃS - PARTE 3

*Adaptação de Material elaborado a pedido do Centro de Estudos John Knox, em Belém, PA, como sugestão para a reorganização curricular da educação infantil.
* Após a postagem de Introdução e a segunda postagem "Fase 1: Entendendo o que é um Currículo Cristão", essa é a terceira de uma série de postagens que tem como objetivo incentivar e orientar passo-a-passo educadores e escolas cristãs a adotarem um currículo próprio e distintivamente cristão.

 FASE 2 - PARA QUÊ ENSINAR?

ESTABELECENDO ALVOS E OBJETIVOS CRISTÃOS:


Problemas e Limitações dos Alvos Seculares


Por quê ensinar o que ensinamos? Quais os alvos que temos na educação de nossas crianças?  Na educação secular, o alvo às vezes é colocado 1) na aquisição de informação (ênfase no acúmulo e memorização de fatos), ou 2) no desenvolvimento de capacidades mentais (ênfase na inteligência e raciocínio lógico, abstração, dedução, etc.), às vezes é 3) social (focalizando as necessidades do indivíduo para funcionar bem na sociedade, seja ela militar, democrática, industrial, globalizada, etc.) E outras vezes o alvo é 4) desenvolver a criatividade e a auto-expressão dos alunos (ênfase em atividades e experiências construtivas). E, no mundo pós-moderno, não seria exagero dizer que o novo objetivo é 5) negar que existam objetivos, e que de alguma forma os conhecimentos emergirão da vida dos alunos, o que põe em cheque qualquer tipo de ensino sistemático. Descartando essa quinta corrente (embora nem sempre descartando os seus métodos e livros didáticos), os educadores cristãos normalmente se vêem encurralados entre os quatro primeiros objetivos seculares mencionados, sentindo que nenhum deles é alto o suficiente para expressar nossa perspectiva cristã, mas sem saber indicar qual deles seria o objetivo mais apropriado ou qual seria o problema com os demais.

Na realidade, como explica Jaarsma, todos esses quatro primeiros alvos têm seu lugar, mesmo na educação cristã, desde que se ressalte as suas deficiências e suas peculiaridades anti-cristãs, por exemplo: que aprender inclui, mas não se consuma em decorar fatos; que as disciplinas mentais - lógica, argumentação, etc., não garantem a aquisição da sabedoria; que embora a educação possa ter como alvo preparar o aluno para a sociedade em que vive, ela deve saber que a sociedade ou os sistemas políticos não são os nosso deuses e que nós servimos a sociedade melhor quando somos bons cidadão do reino de Deus; e que é uma tolice enfatizar a expressão quando o aluno não tem o que expressar, ou expressa coisas más; e que essa "educação sem alvos" pós moderna no fundo tem como alvo a rejeição de qualquer sistema que tenha alvos, qualquer visão de mundo e interpretações absolutas, em especial o cristianismo.

A falta mais grave dessas perspectivas está em ignorar ou negligenciar o alvo maior da educação cristã, a glória de Deus através do desenvolvimento espiritual das crianças e, consequentemente, em elevar como alvo um aspecto (a memória, a racionalidade, a sociabilidade, a criatividade) em detrimento da integralidade da vida humana como ensinada nas Escrituras Sagradas. Essa integralidade é expressa, na Bíblia, por meio do compromisso do coração com Deus, do amor, da fé e da obediência dentro de um relacionamento com Deus e de uma vida restaurada por Cristo, vivida na presença de Deus, lutando contra o mal que resta em nós e no mundo.

Definindo os nossos Objetivos Cristãos


            1) A Glória de Deus

Qual é então o propósito distintivo do currículo cristão? A educação reformada deve estabelecer o alvo correto de sua instrução tendo como fundamento os princípios bíblicos. O que torna a fé reformada distinta de todas as demais religiões é que ela é centralizada na pessoa de Deus e estabelece que o propósito da vida humana é a glória de Deus. Como uma função importantíssima e formativa do homem, a educação não poderia fugir a esse propósito último: a glória de Deus. Em outras palavras, o propósito da educação reformada é teocêntrico. A glória de Deus é entendida na Bíblia em contraposição à glória e o louvor do homem, tão enfatizada na educação secular atual. Mas como é que Deus é glorificado na educação de nossas crianças, e mais especialmente, em nosso currículo cristão? Ora, a educação tem como alvo a glória de Deus e a promoção do Reino de Deus no mundo através da transmissão de verdades que visam a formação de homens tementes a Deus, sábios, comprometidos com a maneira de pensar de Cristo e conscientes de que sua vocação constitui um chamado religioso.

2) A Formação Pessoal

Vemos, assim, que o alvo teocêntrico da glória de Deus proporciona ao currículo cristão um foco apropriado: Quanto ao seu foco de atuação, o currículo cristão não precisa ficar encurralado entre os alvos individuais e sociais. Ele tem um objetivo individual (o desenvolvimento e amadurecimento da criança como filho de Deus) e um objetivo social (o serviço nesse mundo por meio do exercício das vocações dadas por Deus para a promoção do Reino de Deus), mas entendemos que o fim social só pode ser obtido por meio do individual, estando a ele subordinado. Pois a educação cristã não serve primeiramente a ditames sociais; ela é individualista no sentido de focalizar e lidar e trabalhar com cada criança individualmente, buscando desenvolver os seus dons únicos dados por Deus, sim, mas para o serviço altruísta, e nunca para fins egoístas. (A. S. De Jong. Em Fundamentos da Educação Cristã, p. 221)

3) A Educação Integral

Quanto à sua abrangência, o currículo cristão tem como alvo a formação do homem integral por meio de um currículo amplo que busque desenvolver todas as esferas da existência humana. Estas, por sua vez, se unificam e dependem especialmente do aspecto espiritual e moral, ou seja, do relacionamento correto do homem com Deus, por meio da fé em Cristo e da Obediência à Palavra de Deus. Entendendo que a integralidade do aluno flui da sua vida espiritual, o currículo cristão tem como objetivo maior pôr o aluno face a face com Deus e com as Suas demandas sobre toda a sua vida para que ele se submeta de coração a elas. Isso é verdadeiro aprendizado cristão. E isso é feito exatamente por meio da transmissão de verdades. O currículo cristão, portanto, enfatiza, além do aspecto espiritual, a memorização, a compreensão, a aceitação e a obediência às verdades de Deus, parecendo, por vezes, mais intelectual do que expressivo, mais tradicional do que construtivista.

4) A Busca da Perfeição

Segundo II Timóteo 3:17, o alvo, o fim supremo do currículo cristão é a perfeição. Primeiro, no sentido do amadurecimento e crescimento do aluno: "a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Para isso, o currículo precisa ser sistemático e progressivo, exigente e disciplinado, formativo e ativo, sempre respeitando as fases do desenvolvimento infantil, mas colocando diante da criança o "alimento" adequado para que ela cresça não só em estatura, mas em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. E nosso currículo busca também a perfeição no sentido da imitação de Cristo, para que o aluno alcance "a medida da estatura de Cristo", sempre buscando pensar como Cristo, sentir como Cristo e agir como Cristo, imitando sua fé, sua obediência, sua sabedoria, sua humildade, seu amor pelas almas e pelos irmãos, e a realização das obras de Deus.

 

Desenvolvendo os Objetivos Cristãos em Objetivos Educacionais


Partindo do ensino bíblico e dos mais altos alvos cristãos que temos tanto para o desenvolvimento pessoal dos nossos alunos como para a promoção do reino de Deus no mundo, torna-se necessário desenvolver uma lista de objetivos gerais e específicos para o aluno, os quais irão nos guiar na escolha dos conteúdos e atividades que mais corroborem para que se alcancem esses fins.

1) Objetivos Gerais da Educação Cristã:

Um currículo que busca contribuir para a glória de Deus e para a formação individual do homem perfeito incluirá objetivos gerais que contribuirão para a formação integral da criança, como os seguintes:

Promover a glória de Deus e o Reino de Deus no mundo através da transmissão de verdades que visam a formação de crianças tementes a Deus, sábias, comprometidas com a maneira de pensar de Cristo e conscientes de que sua vocação constitui um chamado religioso.

Capacitar o homem a conhecer melhor a Deus e as suas obras através da Sua revelação na natureza em conjunto com a revelação escrita e em Cristo. Quando a educação cumpre esse propósito, e o ensino das diversas disciplinas como a matemática, as línguas, as ciências, a história, refletem os atributos e a Glória do Deus criador e redentor, e leva os alunos a louvarem a Deus pelo Seu poder e sabedoria, então essa educação está contribuindo para a glória de Deus.

Reconhecer a criança como um ser criado por Deus, mas também caído e corrompido, que não pensa, não age, não quer e não pode fazer o que é bom, e que precisa de Cristo e de um novo coração a fim de que possa agradar a Deus e fazer o que é bom.

Ser instrumento de Deus para a santificação do homem, com o que o homem vai tendo a imagem de Deus restaurada em si, sendo progressivamente capacitado a honrar a Deus. (compreende a santificação da mente, corpo, coração, moral, atos ou espírito).

Permitir ao homem amadurecer espiritualmente, o que é evidenciado pelo nível de imitação de Cristo. À medida que a imitação de Cristo é buscada na tarefa educacional, esta estará glorificando a Deus. Cristo deve ser imitado pelos crentes em sua personalidade, exemplos e atos.

Levar seus agentes a conhecerem mais, a aprenderem a praticar e a aplicar na vida diária o conhecimento em forma de sabedoria, e os frutos do Espírito, como revelados em Gálatas: o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a benignidade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio. A educação cristã precisa servir a esse propósito duplo e deve estar dominada em todos os seus intentos e atividades pela busca da sabedoria e desses frutos do Espírito.

Capacitar o homem a servir a Deus melhor, através do desenvolvimento dos dons que recebeu para serviço a Deus e ao próximo. (objetivo da formação social)

Capacitar o homem a cumprir adequadamente o mandato de Deus para a criação: “podemos dizer que um dos principais propósitos da educação de um ser humano deve ser ensiná-lo sobre como governar a criação de maneiras que honrem e agradem a Deus.” (ADAMS, 1982, p. 27) (objetivo cultural)

Ensinar os jovens a pensarem e agirem biblicamente em tudo o que fizerem, principalmente na sua especialidade (ADAMS, 1982). Como a Bíblia é a regra última para a conduta do crente em todas as áreas da sua vida, poderíamos dizer também que o propósito da Educação cristã é ensinar os alunos a aplicar o ensino bíblico à sua vida prática, de maneira especial na sua vocação profissional e nas atividades em que está mais envolvido. Se o aluno quer ser professor de matemática, ele deve aprender a pensar biblicamente sobre como ele pode vir a glorificar a Deus em sua profissão. Quem preferir se dedicar à pesquisa científica irá se empenhar em aplicar os ensinamentos bíblicos à atividade científica, da mesma maneira que uma dona de casa é chamada a conhecer, estudar e aplicar os princípios bíblicos em suas tarefas diárias. É na escola cristã que o futuro historiador cristão conhecerá as bases e os fundamentos de como a história humana pode ser estudada para a glória de Deus. Para que tudo isso seja feito, é necessário que os jovens sejam desde cedo instruídos nessa prática de aplicar a teologia à vida prática. (objetivo do desenvolvimento pessoal)

 Preparar o aluno para a vida diária na terra. Isso significa que o aluno deve saber aplicar as verdades de Deus em todas as atividades que realizar em seu dia a dia. Beeke comenta que “assim como toda a vida está debaixo das ordenanças e da direção divina, todos os estudos devem ser ensinados num contexto bíblico” (BEEKE, [2003?], p. 6). O mandamento bíblico em I Coríntios 10:31 deixa claro que toda a vida do crente, desde as atividades mais simples de sua subsistência, passando pelo seu trabalho e relacionamentos devem ser dirigidos pela Palavra de Deus e para a Sua glória: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Esse objetivo compreende o desenvolvimento acadêmico e vocacional dos alunos.

 2) Objetivos Específicos do Currículo:

Para o Desenvolvimento Espiritual:

1. Ensinar a Bíblia como a Palavra infalível de Deus, assim como uma regra absoluta para a vida, e desenvolver uma atitude de respeito para com ela.

2. Ensinar as doutrinas básicas cristãs.

3. Ensinar a verdade de Deus encontrada nas diversas disciplinas e buscar observar as inter-relações entre as verdades da Palavra de Deus.

4. Enfatizar a necessidade que cada aluno tem de uma experiência de conversão espiritual, que só pode acontecer mediante o reconhecimento, pela obra do Espírito Santo, da condição de miséria em que se encontram, da libertação que têm em Cristo e da gratidão a Ele.

5. Enfatizar os atributos santos de Deus e a Sua soberania absoluta em conjunto com a responsabilidade e o dever que cada ouvinte do Evangelho tem para com Deus de lhe prestar contas.

6. Ensinar a sabedoria, entendida como um uso sábio e apropriado do conhecimento, que se baseia na humilde dependência do Espírito Santo e na submissão à vontade de Deus, porque “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (A BÍBLIA..., Provérbios 1:7)

7. Prover para as necessidades espirituais dos alunos. Embora a educação reformada reconheça que só Deus pode salvar as almas dos alunos, a Bíblia revela que Ele o faz através de meios, e esses meios são determinados na Bíblia e devem ser devidamente utilizados na educação cristã, como o ensino da Lei de Deus e a aplicação da disciplina. A educação cristã deve almejar o crescimento espiritual dos alunos.

 

Para o Desenvolvimento Pessoal ou Moral:

1. Ajudar os alunos a aprender o que significa ser um ser humano criado por Deus, tanto espiritualmente, como emocionalmente, mentalmente e fisicamente.

2. Treinar os alunos na moral cristã. Os princípios morais bíblicos devem ser aplicados em tudo. O aspecto moral se revela no interesse pelo desenvolvimento pessoal e social dos alunos, e pela formação de um caráter e atitudes cristãs.

3. Promover o entendimento da responsabilidade que o aluno tem de desenvolver e usar corretamente os talentos e habilidades que Deus lhes deu em todo seu potencial.

4. Ensinar o valor do tempo como um artigo dado por Deus

5. Valorizar as atitudes bíblicas para com as possessões materiais a responsabilidade de cada um para com elas como administrador.

6. Advogar um espírito de amor e respeito para com os outros e reconhecer a nossa necessidade social do próximo.

7. Desenvolver atitudes bíblicas com relação a amizade, casamento, família, trabalho, sociedade, e relações humanas.

8. Enfatizar atitudes adequadas perante autoridades divinas e humanas, e promover a auto-disciplina e a obediência.

9. Estimular hábitos corretos de saúde e higiene, de cuidado com o corpo, e o uso sábio do corpo que Deus nos deu.

10. Cultivar a responsabilidade pessoal na família, na igreja, na escola e na sociedade.

Para o Desenvolvimento acadêmico:

1. Promover altos padrões acadêmicos para cada indivíduo na estimulação dos talentos que Deus o concedeu.

2. Encorajar bons hábitos de estudo como parte de nossas responsabilidades dadas por Deus.

3. Desenvolver pensamento biblicamente criativo e criticamente construtivo para o futuro chamado vocacional e outras responsabilidades da vida dadas por Deus.

4. Ensinar as habilidades básicas necessárias na relação com os outros nessa vida: a leitura, a escrita e a matemática, assim como o falar e o ouvir.

5. Prover uma base sólida da herança histórica, da geografia, e das condições mundiais como desenvolvimento e revelação da providência e da vontade de Deus.

6. Multiplicar a consciência e a apreciação da criação de Deus com suas leis e características, e as nossas responsabilidades de usá-la sabiamente.

7. Nutrir talentos criativos, mecânicos, musicais, e outros para serem usados de maneira temente a Deus para o benefício dos outros. (BEEKE, [2003?],p. 43-44)

 

Integrando em nosso Currículo os Objetivos dos Parâmetros Nacionais


Esse tópico foi deixado para o fim desta seção propositalmente. Na formulação do currículo cristão, os nossos objetivos principais devem ser extraídos da Palavra de Deus e da visão de mundo cristã, e não primariamente dos Parâmetros Nacionais nem dos materiais didáticos que temos em mão. Não quer dizer que devamos ignorá-los nem os condenarmos por completo. Em geral, eles são úteis por relacionarem, como resultado da experiência educacional de um país, aqueles conteúdos básicos que são mais apropriados para cada idade ou série, mas cada vez mais as correntes políticas e filosóficas dominantes em nosso país têm usado esses parâmetros para perpetrar a sua agenda anti-cristã. Não obstante, deveríamos conhecê-los bem, e, talvez não no início, mas no final de nossa tarefa de formulação de objetivos, seria apropriado examiná-los para ver como eles podem ser incorporados aos nossos. Como os nossos objetivos cristãos são naturalmente abrangentes, é provável que os objetivos nacionais estarão inclusos nos nossos. Mas de qualquer forma, deve ser feita uma avaliação crítica e seletiva destes, reinterpretando e colocando-os no seu devido lugar dentro da nossa proposta cristã, e excluindo aqueles que vão de encontro à visão de mundo cristã, ainda que isto nos traga prejuízo.

Penso que a maneira mais fácil de explicar aos leitores essa tarefa de incorporação dos objetivos nacionais ao nosso currículo é através de um exemplo. No segmento a seguir, você verá exemplificada uma breve análise dos objetivos dos parâmetros curriculares nacionais para a educação infantil nos comentários entre parênteses:

Objetivos dos Parâmetros Nacionais para a Educação Infantil:

LDB: A Educação infantil visa o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da comunidade .

(Obs: Integral, para nós, inclui o aspecto moral e espiritual. E ela deve complementar a educação da família e da Igreja. A “comunidade” não é uma fonte confiável de educação).

Referenciais Curriculares: A criança, por meio da educação Infantil, deve:

- aprender a confiar em suas capacidades, com percepção de suas limitações.

(ela deve aprender a reconhecer suas capacidades como dons de Deus e usá-las para o serviço dele e do próximo. Ao mesmo tempo, deve reconhecer sua dependência de Deus para tudo, e suas limitações impostas por Deus).

- estabelecer vínculos afetivos e ampliar sua comunicação e interação social.

(esses vínculos afetivos devem ser estabelecidos na ordem correta: primeiro, amar e confiar em Deus, depois na sua família, depois nas autoridades e professores da escola, e depois nos amigos, dependendo de seu caráter. A comunicação e a interação social, em si mesmas, não são boas, apenas quando elas edificam. Más conversações e más amizades devem ser desencorajadas.)

- brincar expressando emoções, pensamentos, desejos e necessidades

(emoções, pensamentos, desejos e necessidades que estiverem de acordo com a palavra de Deus devem ser encorajadas para serem expressas; aquelas contrárias à vontade de Deus - egoístas, descontroladas, exageradas, etc. - devem ser desencorajadas e, conforme o caso, punidas e corrigidas pela Palavra de Deus)

- conhecer manifestações culturais com interesse e respeito pela diversidade.

(as manifestações culturais também não são neutras, algumas obras de arte revelam coisas boas, outras revelam coisas más; os objetos culturais podem igualmente ter propósitos bons ou maus. Ex: livros, obras de arte, programa de televisão, meios de comunicação, invenções, histórias folclóricas, etc. que expressam coisas más devem ser afastados de nossas crianças que ainda não têm a capacidade de discernir o mal; devemos proteger nossos filhos imaturos de influências e contatos com coisas pecaminosas, a menos que possamos usá-los com discernimento para instruir as crianças a identificar, a fugir, a odiar e a lidar biblicamente com o mal que ela encontrará ao seu redor.  Quanto à questão da diversidade, esta deve ser vista como obra de Deus, que nos fez como membros diferentes de um mesmo corpo, para servirmos a Deus e uns aos outros com os nossos variados dons. Também devemos diferenciar a valorização da diversidade natural da criação, que é boa e salutar, do "respeito à diversidade" no sentido atual da expressão, que é usada para promover o homossexualismo e outras práticas e crenças anti-cristãs.)

***

Da feita que tivermos elaborado a nossa lista de objetivos gerais e específicos para o nosso currículo cristão, eles deverão nos guiar na nossa seleção de disciplinas, eixos, unidades, conteúdos e atividades que mais nos ajudarão a alcançar tais objetivos. Em um momento posterior, eles deverão ser ainda mais esmiuçados para direcionar ensinos e atividades mais específicos, e até diários, nos nossos planos de curso anuais, de unidade e de aula. (Para modelos destes, ver apêndice deste material)

Dependendo da idade, do nível social e cultural de cada classe e da localização e características de cada escola, os nossos objetivos maiores da glória de Deus, da formação pessoal integral e da busca da perfeição irão se traduzir em objetivos menores e que irão variar em cada escola cristã, como por exemplo, a escolha da obra da criação como eixo transversal; da família como uma unidade de ensino; da organização e da limpeza como hábitos a serem trabalhados; talvez também no oferecimento da música e instrumentos como disciplinas opcionais; na atividade de recortar uma figura bem em cima de um traçado e sem deixar pequenos pedaços de papel espalhados pela sala; no conhecimento das leis de trânsito ou da constituição do país; na clareza e precisão na expressão oral; na reprodução artística do que é belo aos olhos de Deus; no uso inteligente e sustentável das técnicas de plantio para os alunos do campo; na honestidade, diligência e empreendorismo como indispensáveis em qualquer vocação, e assim por diante.