“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

sábado, 22 de agosto de 2015

OS PEQUENOS SERVOS DA PEQUENA SUSY - CAPÍTULO II

OS PEQUENOS SERVOS DA PEQUENA SUSY


CAPÍTULO II


E então? Você se olhou no espelho? Se você o fez, você viu, no meio do seu rosto, os seus servos negros, ou azuis ou verdes, os seus dois olhos. Não importa de que cor são, um é tão bom quanto o outro.
Logo que a Susy descobriu o que os olhos dela podiam fazer, ela os manteve bem ocupados. Quando ela queria ver a sua mãe, os seus olhos não esperavam para que ela os mandasse fazer isso, pois eles conheciam os seus pensamentos tão bem quanto ela mesma os conhecia. Eles a mantinham entretida enquanto ela sentava no colo da sua mãe, mostrando a ela o brilho dos raios de sol que adentravam pela janela, as cortinas brancas, e a bola de linho colorido enrolado na cesta de trabalhos. Quando ela estava de bruços, com o seu rosto para baixo, a fim de ter o seu vestido abotoado, eles a mostravam o tapete, fazendo com que parasse de chorar. Quando eles estavam cansados, a Susy possuía um macio cobertor, com uma bela borda, o qual ela colocava sobre eles para que pudessem descansar a noite inteira. Deus fez este cobertor de propósito. O lenço mais fino e macio que você possa imaginar ainda seria áspero demais para eles; somente Deus pode fazer um cobertor tão macio para os nossos olhos.
Depois da Susy ter sido asseada e vestida pela manhã, e depois de tomar o seu café-da-manhã, a sua mãe lhe deitava na cama e estendia uma pequena manta sobre ela. E então aqueles olhos brilhantes e ativos olhavam para a parede, e se fixavam em um pequeno reflexo de luz lá em cima, até que, por fim, eles ficavam cansados e o macio cobertor começava a se curvar lentamente para baixo, mais e mais, até que a Susy caía no sono. Ou, no meio de uma noite escura, quando ela acordava e não sabia o que fazer, ela podia olhar para a luzinha de parede no canto do quarto e imaginar o que era aquela luz e qual a sua distância. 
Tudo nesse mundo era novo para a Susy, e à medida que ela crescia e os seus olhos ficavam mais fortes, eles continuavam a lhe mostrar todo tipo de coisas bonitas e faziam com que o tempo passasse, de fato, muito rápido. Quão feliz a Susy ficou quando eles lhe mostraram, pela primeira vez, o doce e amoroso sorriso com que a sua mãe lhe olhava! Ela teria pulado de alegria se fosse grande o suficiente para isso.
Mas enquanto os seus olhos estavam tão ocupados em fazer tudo o que podiam para entretê-la, as suas duas orelhas também não estavam ociosas e um dia, quando ela ainda era apenas uma bebezinha, ela ouviu um agradável som de sinos tocando na igreja e isso lhe soou doce como música. Ela perecia estar surpresa, ouvindo e ouvindo, até que jogou os seus braços para cima e sorriu. Depois disso, quando ela chorava ao tomar banho, alguém balançava os brinquedos e utensílios, ou fazia algum barulho diferente, e isso fazia com que ela parasse de chorar para ouvir esse som. Portanto, eu suponho que as suas orelhas eram muito contentes, e agora elas podiam ajudá-la a passar o seu tempo de um modo muito mais agradável do que antes. Pois elas podiam ajudá-la a ouvir a sua mãe cantar, e a ouvir o som que as chaves fazem quando são sacudidas umas com as outras e tudo o mais. Susy ficava impressionada com tudo o que ouvia, pois ela nunca tinha ouvido tantos barulhos diferentes e encantadores antes. E quando a Sara colocava mais lenha no fogo, a Susy ficava atenta e pensava que era um terremoto, até que a sua mãe sorrisse, como que lhe dizendo: “Não se assuste, querida!”

Assim, com os seus olhos, as suas orelhas, e a sua língua macia e vermelha com a qual ganhava o seu almoço, a Susy era uma bebê muito feliz, crescendo a cada dia em peso, em força e em sabedoria.       

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