“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO CLÁSSICA CRISTÃ? Histórico: Parte 2


O Ressurgimento da Educação Clássica


 

A excitação das sociedades contemporâneas que abandonaram os métodos tradicionais em busca de uma educação mais moderna e progressista não durou muito. As propostas construtivistas de Dewey e de outros progressistas e cientificistas foram rapidamente colocadas em prática especialmente nos Estados Unidos, que começou a usar a educação como propulsora da corrida tecnológica pela formação de profissionais que apoiassem a sua economia capitalista, e como difusora das novas ideologias liberais e secularizadas. A ironia é que países de terceiro mundo, de tendências socialistas e comunistas - como o Brasil - se enamoraram das mesmas correntes e técnicas pedagógicas para inculcar em seus alunos um ideal de oposição ao pensamento liberal ocidental e de defesa dos ideais sócio-políticos marxistas. A afinidade entre esses grupos contra a educação clássica provém do fato de que verdades absolutas, pensadores independentes e pessoas com uma formação integral constituem uma ameaça para ambos os sistemas.

Os métodos progressistas foram testados nos Estados Unidos especialmente no século XX e XXI. A partir das décadas de 60 e 70 algumas vozes já apontavam para a defasagem intelectual dos alunos formados nesse novo sistema. Em 1947, a classicista Dorothy Sayers escreveu o artigo "As Ferramentas Perdidas da Aprendizagem". Livros como "As Sete Leis do Ensino", de John Milton Gregory foram republicados. Pais começaram a tirar os seus filhos da escola e ensiná-los em casa pelos métodos que tinham aprendido com seus pais e avós. Um renascimento educacional estava às portas, e o movimento pela educação clássica surgia nos Estados Unidos em resposta e denúncia ao fracasso acadêmico das escolas modernistas. Com o respaldo do governo, as escolas públicas progressistas continuaram indo de mal a pior, e escolas privadas tradicionais, além do movimento de homeschooling, deram impulso ao movimento atual pela educação clássica, mais individual, e mais acadêmica. Pais começaram a pesquisar por si sós o que havia de melhor para seus filhos e muitos encontraram a solução de seus problemas nos métodos e materiais clássicos. E esses alunos começaram a se destacar acadêmica e até moralmente em comparação com os provenientes das escolas públicas modernas.

Como acontece em outros países de terceiro mundo, o Brasil está bem atrasado na implementação dessas mudanças. Os nossos cursos de pedagogia agora que estão defendendo e buscando implementar aquela educação progressista que tem se demonstrado um verdadeiro fracasso acadêmico nos Estados Unidos e em outros países de vanguarda. Mas isso realmente não incomoda o nosso governo, a não ser quando o Brasil é apontado como os últimos das listas mundiais no quesito acadêmico. Nossas autoridades políticas, pedagógicas e sociais  parecem ter como seu ideal crianças e jovens iletradas, impensantes, sem poder, desinformadas, acríticas, seguidoras dos ditames da moda, da mídia, e de estadistas com viés ditatoriais e corruptos, a julgar pela falta de bons livros nas escolas, pelos ridículos programas "culturais" da mídia, e pelas ênfases ideológicas dos parâmetros curriculares nacionais.

Contudo, também em nosso país, alguns pais conscienciosos têm se incomodado com esta situação. Eu gostaria de poder dizer que estes pais que tem se levantado contra esse problema são em sua maioria cristãos, mas, assim como nos EUA, não tem sido sempre assim. Muitos destes pais são simplesmente pessoas de bom senso, profissionais bem sucedidos, em geral de classe média, católicos ou pessoas de pensamento mais tradicional, que têm buscado para seus filhos uma educação melhor do que a que têm sido oferecida nas escolas atuais, uma educação mais parecida com a que estes pais tiveram e que lhe capacitaram com as habilidades básicas para serem proficientes em suas profissões. Em geral, os pais que estão buscando uma educação mais clássica e tradicional estão visando simplesmente um melhor futuro acadêmico e profissional para seus filhos, mas devido a carência de material, têm pouquíssimas alternativas em nosso país, a não ser mandar seus filhos para estudar no exterior, ou retirar os seus filhos da escola e ensiná-los em casa por si mesmos ou com o auxílio de tutores. Cito aqui o crescimento da ANED- Associação Nacional de Ensino Domiciliar - e a realização de alguns congressos por parte de instituições protestantes e católicas que têm introduzido a educação clássica para um público cada vez mais interessado. Acredito que, assim como aconteceu nos Estados Unidos, esses pais descobrirão na educação clássica um renascimento acadêmico, e esperamos que os pais cristãos despertados por esse renascimento intelectual das letras e do pensamento encontrem na educação cristã um reavivamento espiritual que mude para sempre e impacte para a vida da família, da igreja e da sociedade.

Continua...

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

OS PEQUENOS SERVOS DA PEQUENA SUSY - PARTE IV

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 Capítulo IV


Não muito depois da Susy ter enviado a sua carta, a sua mãe trouxe uns sapatos e meias bem pequeninos para ela. A Susy ficou muito contente e, de início, ela ficava desamarrando e tirando os seus sapatos. Mas um dia, quando ela acordou do seu cochilo, ela conseguiu agarrar nos dois lados do seu berço e se levantar direitinho nele. Agora ela estava aprendendo que os seus pés não serviam apenas para brincar, mas também para ficar de pé. Ela ficou tão feliz! Ela começou a se segurar nas cadeiras, e no vestido da sua mãe, ou nas pernas da mesa, tentando se levantar para ficar de pé, e logo, logo, ela poderia ficar de pé apoiada em uma cadeira e brincar com os seus brinquedos por um bom tempo e se a cadeira se movesse um pouquinho, ao empurrá-la, os seus pés se moviam também; primeiro um, depois o outro, aprendendo a andar. Quão encantados ficaram todos quando, um dia, a Susy levantou no meio da sala e andou até o outro lado da sala! Seria difícil dizer quem sorriu mais, se a Susy, ou o seu pai ou a sua mãe.
Agora a Susy tinha aprendido a usar todos os seus pequenos servos, com exceção da sua língua. E você deve saber que a sua mãe estava lhe dando muitas lições neste assunto todos os dias. Isto é, ela continuava lhe adulando e pedindo  a ela que dissesse “papai”, e eu não sei quantas centenas de vezes por dia ela lhe pedia: - diz papai! Mas a Susy não falava “papai” e todas as lições particulares eram em vão. Mas uma noite, quando ela estava incomodada com os seus dentinhos nascendo e não conseguia dormir, ela esticou a mãozinha e disse: “Livro”! Para o deleite da sua mãe, que já não tinha dúvidas de que a sua bebê seria realmente muito fã de livros! Agora a Susy tinha descoberto que a sua língua era muito útil, pois a sua mãe lhe deu o livro que ela tinha pedido, e então logo ela começou a dizer muitas outras palavras.
Você já tinha pensado antes em quanto tempo leva para um bebê aprender a usar os pequenos olhos e mãos e pés que Deus tem sido tão bom ao lhes conceder? Se você observar o seu irmãozinho ou irmãzinha, você verá o quão desajeitados eles são, de início, para usar as suas mãos, e você não lembra o quanto você ansiava ouví-lo dizer as suas primeiras palavras e vê-lo andar para todos os lados com os seus próprios pezinhos?

Mas todo este tempo eu só tenho falado sobre as mãos e os pés da Susy, e das suas orelhas, olhos e língua sendo úteis a ela mesma, e não tenho dito palavra alguma sobre as coisas que eles podem fazer para as outras pessoas. Agora, não é provável que Deus tenha destinado que qualquer criança viva neste mundo, onde há tantas coisas para serem feitas, sem fazer nada para o seu pai ou a sua mãe e nada por Aquele que fez tanto para a sua própria felicidade e conforto. E Ele é tão bom, e ama agradar aqueles que Lhe amam, que muito antes da Susy ter idade suficiente para entender isso, Ele ensinou as suas mãozinhas de bebê a começar a fazer algumas das coisas mais doces para as quais elas foram criadas. Quando, no meio de uma noite em claro, na qual a mãe da Susy a vigiava, e cantava para ela, e cuidava dela, ela tinha tão grande recompensa por este trabalho, um pagamento tão precioso por toda a sua fadiga, que até mesmo uma rainha a teria invejado. O que você acha que era? Ora, era sentir as mãozinhas da Susy agradarem e acariciarem o seu rosto no escuro da noite, ou descansarem amorosamente nas mãos da sua mãe, ou abraçando o seu pescoço com todas as forças que um bebê pode ter. Então uma emocionante alegria enchia o coração da sua mãe, e ela esquecia de todos os problemas que existem neste mundo e agradecia a Deus por ter lhe dado um bebê por quem viver e trabalhar, e um bebê para amar e lhe trazer conforto.