“Como Maçãs de Ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv. 25.11)

“Feliz o homem que acha a sabedoria e o homem que adquire o conhecimento;
... é Árvore de Vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm." (Pv. 3:13,18)

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

OS PEQUENOS SERVOS DA PEQUENA SUSY - PARTE V


CAPÍTULO V


Assim, dia após dia se passava e um ou outro dos seus pequenos servos estava sempre ocupado fazendo alguma coisa para ela. Ou as suas mãos brincavam com algum dos seus interessantes brinquedos, ou os seus olhos olhavam para belas figuras e para as faces gentis e amáveis dos seus queridos amigos e parentes, ou as suas orelhas ouviam belas músicas e divertidas histórias, ou os seus pés a carregavam para cima e para baixo, aqui e ali, e para todos os lados. Se ela não tivesse olhos, ela ainda poderia usar as suas mãos, mas não poderia ver os brinquedos que elas seguravam. Se ela não tivesse orelhas, ela nunca poderia ouvir a suave voz da sua mãe e nunca poderia aprender a falar ou a cantar. Se ela não tivesse mãos, ela poderia andar para cá e para lá, e poderia ver coisas muito bonitas, mas ela não poderia tocar nenhum brinquedo, ou segurar a sua boneca querida, ou acariciar e afagar um gatinho. E se ela não tivesse pés, ela poderia até usar os seus olhos, e as suas orelhas, e as suas mãos, e a sua língua, mas enquanto as outras crianças pulam, correm e brincam, a Susy teria de ficar sentada e quietinha em sua cadeira e sentiria como é tão longo o dia de alguém que não pode se mover.
Eu ouso dizer que você também conhece algum menininho que não pode ouvir ou falar, ou alguma menina fraquinha e pálida, que não pode correr e brincar. E se Deus tem sido tão bom para você ao ponto de lhe dar algo que Ele achou por bem não dar a estas outras crianças, o quanto você deve agradecê-Lo! E quão feliz você deveria ficar se, um dia, você puder lhe emprestar um livro, ou dar-lhe uma flor, ou fazer qualquer ato gentil pelo menino surdo ou mudo, que nunca ouviu a sua mãe lhe chamar de “querido!”, não importa quantas vezes ela o tenha dito. E se, um dia, você puder ser o que a Bíblia chama de “pés para o coxo”, se você correr para pegar a bola daquela menininha pálida e fraca, quando ela a deixar cair; se você puder subir as escadas para pegar a sua boneca, quando ela a quiser; será que você não estaria, assim, tornando os seus próprios servinhos muito úteis e felizes? E se, um dia, acontecer de você estar junto a uma criança cega, você não gostaria de lhe emprestar os seus olhos de vez em quando? Mas já que você não pode fazer isso, você certamente não amaria segurar a sua mão e levá-la para onde quer que ela precise ir, e quando você aprender a ler, você não amaria ler lindas estórias para ela?
Havia, certa vez, um querido menininho, com pouco mais de dois anos de idade, que ficou muito doente. A sua cabeça doía tanto que ele não gostava de brincar ou correr. Ele gostava que o seu papai ou mamãe lhe carregassem pela sala, e então, quando a sua pobre cabeça não estava doendo tanto, eles conversavam com ele e lhe contavam histórias. Um dia, o seu pai disse à sua mãe:
- Eu acho que o nosso querido Charlie nunca ficará bem. Eu acredito que o nosso Senhor Jesus logo o levará para o céu. E eu desejo falar a ele bastante sobre Jesus para que, no momento em que ele chegar no céu, ele fique feliz em estar próximo a um Amigo tão gentil e amoroso.
Assim, o pai do Charlie tantas vezes tomava o seu pobre menininho em seus braços e deixava que ele descansasse a sua cabeça em seus ombros, enquanto ele andava mansamente de um lado para o outro, falando a ele sobre Cristo. Ele lhe contou todas aquelas doces histórias da Bíblia, e contou como Jesus se compadecia dos doentes, como Ele os curou, e quantos coxos Ele fez andar, e a quantos cegos Ele fez ver. Então, um dia, depois de estar falando a ele sobre todas estas coisas, ele teve de dar Charlie para a sua babá enquanto precisava sair. E o Charlie deitou a sua cabecinha nos ombros da babá, assim como ele fazia com o seu pai, até que, de repente, ele a levantou e disse:
-       Mary, você sabia que Jesus não tinha olhos?
-       Oh, sim... Jesus tinha olhos, sim – disse a Mary.

-       Ele tinha antes, mas Ele os deu ao pobre homem cego, disse o Charlie.
Você vê, o Charlie era tão pequenino que ele entendeu o seu pai dizer que, quando Jesus deu olhos ao homem cego, Ele teve de dar os seus próprios.

O pequeno Charlie está no céu agora, e já tem morado ali por muitos anos. Ele, há muito tempo, conhece muito mais sobre a bondade de Deus do que qualquer pessoa que ainda vive neste mundo. E se ele pudesse falar com você, ele lhe contaria como é melhor ficar sem olhos, ou mãos, ou pés, do que não amar Àquele que se dispôs até mesmo a morrer para que você não tivesse de ficar sem Lhe conhecer e amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário